UM POUCO DA HISTÓRIA DA CHEGADA DOS POVOS BANTU NO BRASIL

Os primeiros escravos africanos a chegarem no Brasil foram os negros de origem Bantu.

Chegaram por volta de 1560, trazidos da África Sul–Equatorial, em sua grande maioria vinham de Ngola (Angola), do Kongo (Congo), Costa do Golfo da Guiné, Moçambique e Zimbábue.

Falavam a mesma língua, porém traziam com eles muitos dialetos cerca de 270, representando 2/3 do continente africano, chamado de África Negra.
Citarei algumas dessas línguas faladas pelos negros de origem Bantu: Ajaua, Bemba, Kuanhama, Ganguela, Iaka, Lingala, Makúa, Nhaneka, Nhungue, Nianja, Kikongo, Kimbundu, Kuinguana, Kioko, Ronga, Suaíle, Sutho, Tonga, Umbundu, Yangana, Shona, Zulu entre outras.

A língua Kimbundu (originária dos povos Angolanos- Ngola ) e a língua Kikongo (originária dos povos Bakongo- Kongo ) são as línguas usadas nos templos religiosos de cultura e tradição Ngola ou Kongo Ngola no Brasil.

As letras “C” e “Q” não fazem parte dos vocabulários Kimbundu e Kikongo, são substituídas pela letra “K”.

Toda palavra de origem Kikongo que começa com a letra “N”ou "M" tem o som "nasal" de “UM”, como por exemplo: leão = Nkosi (Unkosi), Deus = Nzambi (Unzambi), casa = Nzo (Unzo).

Desde a captura dos negros em sua terra natal até o transporte para o novo continente (Brasil), os negros Bantu já eram submetidos a condições sub humanas, dentro dos porões dos navios, sendo tratados como se fossem animais selvagens e muitos deles já padeciam antes mesmo de chegarem ao seu destino (Brasil).

Ao chegarem no Brasil, principalmente no nordeste e com maior volume na Bahia, sua situação não era nada diferente, pois era o início da escravidão no Brasil e os negros trabalhavam à base de chibatadas e de grilhões, não tinham tempo para fazer nada, como praticar sua crença ou qualquer outra atividade sem ser o trabalho escravo.

Além desse tratamento animalesco, os negros Bantu também eram obrigados à adorar os Santos de seus senhores, ou seja, os Santos Católicos, sendo assim suas próprias crenças, culturas e tradições foram deixadas de lado.

Dois séculos depois da chegada dos negros Bantu, chegaram ao Brasil os negros Nagô, oriundos principalmente de Benin, hoje Nigéria.
Trouxeram com eles seus costumes, seus cultos, suas tradições, seus Orixás (Orisá) e seu idioma, o Yorubá.


Por terem chegado em uma época que a escravidão já se encontrava em uma situação mais amena, pois já existiam grupos de pessoas brancas lutando pelo fim da escravatura, até os senhores de engenho já usavam escravos dentro da casa grande para fazerem serviços mais leves, como limpar a casa, cozinhar, servirem seus donos como uma espécie de garçom e usavam as negras para alimentar seus próprios filhos com o leite materno.

Os negros de origem Nagô sobressaíram aos negros Bantu com sua cultura, tradição e religião, pois os negros de origem Bantu já estavam em sua quarta geração aqui no Brasil e já estavam “desafricanizados” por seus senhores e muitos deles que haviam nascidos aqui, já se diziam “católicos”, ficando ao esquecimento sua própria tradição, cultura e religião.

Já os Nagôs que chegaram bem depois numa situação mais favorável a eles, conseguiram manter suas raízes mais fortes e puras.
Esses fatos foram de suma importância para os negros Nagô Yorubá, pois fizeram com que suas tradições religiosas se sobressaíssem sobre as dos Bantu.

No final do século XIX e começo do século XX, foram fundadas em Salvador – BA, as primeiras casas de culto religioso africano no Brasil, tanto de tradição Nagô/Ketu como de tradição Bantu (Ngola e Kongo).
Os templos Nagô Yorubá, tiveram muito mais destaque que os de cultura Bantu, pois muito da cultura e tradição Ngola Kongo, já havia se perdido com o tempo, fazendo com que os antigos sacerdotes de cultura Bantu, buscassem auxílio nas casas de cultura Nagô Yorubá- Ketu , dando-se assim, o início da mistura entre as nações.

Fazendo com que as casas de tradição Ngola Kongo ficassem “Nagotizadas” em um culto envolvido com misturas das duas nações.....

Jami jipange ni makamba ia njimu ni kuxikana!!
(Meus irmãos e amigos de culto e crença!!)

A mais de dez (10) anos, existe um grupo de pessoas entre elas Jinganga (Sacerdotes), arqueólogos, pesquisadores e pessoas de boa vontade, em um trabalho árduo no resgate das tradições e culturas do culto religioso dos povos Bantu, Kongo e Ngola........

Nossa intenção não é criar uma nova cultura ou uma nação diferenciada da que existe, o único propósito é termos uma religião onde o culto aos nossos Minkisi (Divindades) e aos nossos antepassados, seja feito sem nenhuma interferência de outras nações.

A nossa Mbutu (Nação) é plena, com nossas tradições, culturas, Divindades, vestimentas, comidas, línguas, rezas, cantigas e etc....

Não precisamos de nada que não venha de nossa própria tradição, como também as outras nações não precisam de nada que não venham delas mesmas.

Por isso irmãos, peço que reflitam........ Vamos nos unir para que tenhamos uma cultura religiosa plena em suas tradições, se errarmos........ o faremos tentando acertar dentro do que é nosso, não errar na sombra de outra cultura, que na minha humilde opinião é muito pior!!

Anga kifa kyetu mwenyu w’etu!
(E nossa cultura é nossa alma!)

Sukula mbutu Ngola ni Kongo!
(Avante nação Angola e Congo!)

Nguzu Kandandu

Comentários

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bantu

Eu quero dar meu cu hoje se alguem quiser so vim

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Re:bantu

Vai caçar o que fazer.

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Documentos e informações

Sou diretoria de escola formada em história. Gostaria de ter informações se existem alguns relatos ou pesquisas sobre uma escrava chamada Maria Nagô. Meu email sousamarcia63@gmail.com

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povo bantu

eu gostaria de saber se enziste o povo augen desta tribo

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Negros

É banto ou bantu

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Re:Negros

bantos

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Re:Negros

Kkkkk
J

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Bantos Re:Negros

Qualquer coisa

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Re:Negros

Banto

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Re:Negros

Tanto faz, eles eram chamados de vários nomes como: Banto, Bantu, Bantô, Entre outros.

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